Ator, que vive o jogador Iran em ‘Avenida Brasil’, contou ao EGO como decidiu mudar de profissão e diz que se inspira em Cauã Reymond.
Até outro dia, Bruno Gissoni costumava arrancar suspiros entre as meninas mais jovens como o Pedro de “Malhação”. Atualmente, ele já desperta fantasias no horário nobre como o malandro jogador de futebol Iran em "Avenida Brasil". A novela é apenas seu segundo trabalho na TV, e o sucesso do personagem mostra que ele tomou uma decisão acertada ao mudar completamente de carreira.
Antes de jogar pelo Divino na ficção, ele tentava a sorte pra valer no futebol, mas, ao perceber que não teria o futuro profissional que esperava, o ator abriu mão do sonho de ser um astro da bola.
“Foi uma das coisas mais difíceis que fiz na minha vida, porque o futebol era o meu maior sonho, que alimentei a minha vida inteira. Com 22 anos, eu estava jogando em time pequeno (o Nova Iguaçu, do Rio) e vi que não ia ter futuro financeiro no futebol. Tive que tomar a decisão mais difícil da minha vida que foi largar o sonho”, lembra ele, que agora aconselha seu irmão mais novo, Felipe, que joga em seu antigo clube.
“Ele é novo, então eu falo: 'Tenta até os 22, 23 anos e, se não der certo, tenta outra coisa. Mas tenta de verdade. Dá a vida aí que vale a pena’”, diz com a experiência de quem desistiu de um sonho e abraçou outro.
Mudança de ramo
Longe do esporte, Bruno resolveu entrar para um negócio quase familiar - seu irmão, Rodrigo Simas, também é ator. “Assim que desisti do sonho, veio o teatro, que supriu a carência do futebol. Substituí uma paixão por outra.”
Apesar de ter feito duas peças, ele não encarava os trabalhos como profissão: “Estava muito confortável, eu sabia que o desafio era muito grande, mas não tinha peso nenhum em mim. Pensei: ‘O teatro vai ser um sonho. Se der certo, legal. Se não der, foi só um hobby.’”
Deu certo. E agora ele está confortável no papel de Iran. Mas se engana quem pensa que o ator de 23 anos era o típico jogador malandro em seus tempos de futebol. Na verdade, seu personagem é inspirado num tipo que Bruno detestava.
“Iran é um tipo de jogador que me irritava muito na época em que jogava bola. Não sou muito habilidoso, era lateral direito, então treinava mais do que os outros para tentar uma vaga no time. Havia alguns jogadores, como o Iran, que não treinavam, bebiam, chegavam virados ao treino e eram os melhores. Aqueles que tinham o dom, os malandros da bola. Não precisei ir muito longe pra criá-lo”, diz aos risos.
Admiração por Cauã Reymond
O salto de “Malhação” para o horário nobre foi um desafio, mas ele conta que os colegas de elenco contribuem muito para sua adaptação. “Fica fácil contracenar com a Heloísa (Perissé, que vive sua mãe), Fabíula (Nascimento), Débora (Nascimento) e Aílton (Graça). É quase uma universidade a curto prazo", diz.
Nem mesmo nas cenas mais quentes ele fica nervoso: “Não é difícil. Os diretores têm um cuidado muito grande, e o que facilita bastante é contracenar com Isis (Valverde, que vive a fogosa Suelen) e Fabíula, com quem tenho intimidade. Ela é quase uma irmã pra mim.”
Uma de suas maiores inspirações é Cauã Reymond, ator com quem contracena e que também começou em “Malhação”. “A insistência que ele teve em crescer, a vontade que ele teve de aprender, isso me inspira bastante. Ele começou do início e agora está no topo, fez toda a trajetória, e seu caminho foi ele quem construiu por mérito próprio", explica.
A fama de galã ele já conquistou, e não se preocupa em ser conhecido pelo rostinho bonito. “Não tenho receio. Isso tem a ver com a carreira que vou criar. Eu estou só no segundo personagem e acho que tem a ver com a idade. Talvez o próximo não seja tão galãzinho”, afirma tranquilo.
Agora, que encontrou outra carreira que lhe faz muito feliz, ele diz só lamentar não ter começado antes e culpa a timidez pelo atraso. Quanto à vida nos gramados, o ator arante não ter arrependimentos: “Me proporcionou momentos incríveis. Sou muito grato ao futebol", agradece.
Fonte: EGO
@FCOBruNelaRoxas
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