Antes de se descobrir na carreira de ator, o maior sonho de Bruno Gissoni era ser jogador de futebol. Durante anos, ele tentou se destacar em times de médio e grande porte - chegou a defender as divisões de base do São Paulo e do Nova Iguaçu Futebol Clube -, mas desistiu dos gramados por falta de boas oportunidades. "O universo do futebol é complicado. Não basta apenas jogar bem. É uma combinação de talento, política e contatos. Acabei desanimando e não vendo futuro para mim na área", contou o ator de 25 anos. O período de dedicação ao esporte não foi em vão. Atualmente, em Avenida Brasil, Bruno tem a chance de recolocar as chuteiras e reviver dribles, bicicletas e gols na pele de Iran, o mulherengo jogador de futebol da atual novelas das 21h. "O Iran é um 'bon vivant'. Vive sendo paparicado pela Monalisa, adora marias-chuteiras, festinhas e diversão. Ele é um típico jogador de futebol", divertiu-se o ator, referindo-se à mãe adotiva do personagem, interpretada por Heloísa Périssé.
Relembrar o futebol trouxe doses de nostalgia ao jovem intérprete. No entanto, ele garante que, hoje em dia, a paixão pelos palcos e estúdios de TV fala mais alto. Enteado do capoeirista e ator Beto Simas, e irmão de Rodrigo Simas - o Leandro, de Fina Estampa -, Bruno credita sua aproximação com as Artes Cênicas à suas referências dentro de casa. "Logo que eu parei de jogar bola, surgiu um convite para fazer uma peça. O Rodrigo já estava envolvido na produção. Me convidaram porque precisavam de um capoeirista. Pisei no palco e vi que atuar fazia todo sentido para mim", valorizou o ator, que de cara, emendou os espetáculos Capitães de Areia, de Jorge Amado, e Os Melhores Anos de Nossas Vidas, do dramaturgo Domingos de Oliveira, ambos de 2009.
Sem experiência e inseguro de sua real aptidão para a atuação, ele conseguiu uma vaga na Oficina de Atores da Record. Sob o comando do ator Roberto Bomtempo, Bruno ficou mais íntimo das técnicas de televisão. Mas, ao final do curso, teve de lidar com a desistência da emissora pela sua contratação. "O Bontempo foi um mestre para mim. Queria ter ficado na Record. Mas parece que os diretores acharam que eu não estava pronto. Foi quando comecei a fazer muitos testes e surgiu Malhação", contou Bruno, que conseguiu o papel de protagonista da temporada 2010/2011 da novela "teen". Por ter estreado em um papel de destaque e com muitas cenas para gravar, Bruno se adaptou rápido ao ritmo de trabalho e ao clima de cobrança e expectativa da tevê. Por isso, viu sem receios a chance de ter seu primeiro personagem em uma novela das nove. "Malhação é uma vitrine. Fui sondado pela equipe de Avenida Brasil quando ainda estava ainda estava no outro trabalho. Mas tive de fazer dois testes antes de ficar com o personagem", contou.
Para dar conta do jeito extrovertido e suburbano de Iran, Bruno buscou referências da época em que treinava futebol e capoeira em bairros do subúrbio do Rio de Janeiro, como Realengo, Bangu e Campo Grande. "Assim como meu personagem, sou um cara de hábitos simples e tenho um pezinho no subúrbio. Adoro um sambinha com churrasco e amigos!", confessou o ator, carioca e morador da Barra da Tijuca. Mesmo sem conseguir prever o que o autor de Avenida Brasil, João Emanuel Carneiro, prepara para as próximas cenas de Iran, o ator acredita que a "vida mansa" do jogador pode estar com os dias contados. "Ele se sente sufocado com o excesso de cuidados da mãe e isso pode desencadear uma crise familiar. Continuo estudando as cenas e emoções do personagem. Quero estar pronto para o que vier", ressaltou.
Avenida Brasil - Globo - Segunda a sábado às 21h10.
Fonte: TERRA
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