A diretora de teatro Bia Oliveira comanda, na Barra, oficinas que levam ao palco novos atores
OS ATORES Felipe Simas (à esquerda), Rodrigo Simas e Bruno Gissoni (à direita) são alguns dos novos talentos descobertos por Bia
Moradora do Recreio há três anos e diretora de teatro há 20, Bia Oliveira é responsável por oficinas teatrais, realizadas no Colégio Veiga de Almeida, que levam novos nomes aos palcos.
Desde a adolescência, Bia é familiarizada com o universo teatral. Sobrinha do cineasta Domingos Oliveira, ela diz que o espírito artístico sempre esteve dentro de sua casa e que o interesse por esse mundo foi muito natural. Aos 14 anos, fez aulas no famoso teatro amador Tablado, frequentou oficinas e encenou várias peças.
Para iniciar a carreira profissional, optou por outra paixão: a literatura brasileira. Quando começou a dar aulas, sentiu, no entanto, uma certa dificuldade em fazer seus alunos se interessarem pelos clássicos brasileiros. Em 1992, resolveu recorrer ao que já dominava: os palcos. Depois de perceber o potencial do teatro para a contextualização das histórias sobre as quais ensinava em sala, seu curso foi crescendo e o interesse dos alunos aumentou. A partir daí, ela montou a companhia Biarte In Cena.
De lá para cá, a oficina tem sido um celeiro de novos talentos. Bruno Gissoni e os irmãos Rodrigo Simas e Felipe Simas. são exemplos. Ator da Rede Globo, Rodrigo trabalha atualmente na novela “Fina estampa” interpretando o personagem Leandro. Já Bruno foi o protagonista Pedro numa das últimas temporadas de “Malhação”. Felipe se prepara para apresentar “Conto de verão”, peça escrita por Domingos Oliveira que Bia pretende estrear em abril.
A diretora carioca conta que seu segredo para encontrar talentos é estimular nos alunos o desejo de representar.
— Eu dou um curso livre de teatro. Não sigo métodos acadêmicos e não tenho a pretensão de ser profissionalizante. No meu palco, o que ofereço é liberdade cênica para meus alunos descobrirem o desejo de representar as emoções — explica.
Para Bia, a Barra da Tijuca funciona como uma vitrine para quem pretende ser artista. Com uma juventude que ela considera “borbulhante”, a Barra tem sido ponto de encontro de novos talentos que querem mostrar serviço.
— Eu vejo os jovens daqui com um desprendimento admirável. Eles não medem esforços para fazer o trabalho deles aparecer — analisa a diretora, satisfeita.
Fonte: O Globo
@FCOBruNelaRoxas